quarta-feira, 30 de novembro de 2016
terça-feira, 29 de novembro de 2016
Marchas 2016 CXCVII
Amor
aos bairros e a Lisboa, que é de todos!
Enquanto
os bairros cantarem
Enquanto
houver arraiais
Enquanto
houver Santo António
Lisboa
não morre mais
Norberto
de Araújo, Grande Marcha de 1950, interpretada por Amália Rodrigues
Todos
os dias, durante meses, crianças, jovens e adultos entregam-se de alma e
coração à criação e ao ensaio das coreografias e canções, e à preparação de
trajes e arcos que representam o seu bairro, o seu orgulho.
Na
noite de 12 de Junho, a Avenida e a cidade enchem-se de música, cor, brilho e
emoção, naquela que é para muitos a noite mais esperada do ano.
Registos
há de pequenos grupos que se deslocavam com archotes, cantando em competição –
as marchas ao filambó, uma adaptação das francesas marches au flambeaux. Mas
foi em 1932 que, com o objectivo de revitalizar o Parque Mayer, alguns núcleos
bairristas desfilaram no Capitólio a convite de Leitão de Barros. Alto do Pina,
Bairro Alto e Campo de Ourique foram os ranchos (como se chamavam na altura)
participantes, ainda sem o tom alfacinha como tema central, mas já em formato
de competição. Campo de Ourique, com os seus trajes minhotos, foi o vencedor da
primeira edição.
Leitão
de Barros, fazendo uso do seu prestígio na cidade e no Diário de Lisboa,
percorreu as colectividades para que cada uma mostrasse o que tinha de
particular, com o objectivo de dar um cunho lisboeta às marchas, chamando mais
público. Em 1934, 300 mil pessoas assistiram ao desfile de 12 bairros e 800
marchantes, desde o Terreiro do Paço até ao Parque Eduardo VII.
No
ano seguinte, foi a primeira vez que todas as marchas cantaram uma composição
comum – a Grande Marcha de Lisboa Lá vai Lisboa, de Raúl Ferrão e Norberto de
Araújo. Também neste ano foram instituídas regras: fixou-se o número de
marchantes, de músicos e de acompanhantes.
Ao
êxito de 1935, e em grande parte devido ao conflito internacional em que se
vivia, seguiu-se um longo interregno, com excepção para os anos de 1940, com a
celebração dos Centenários da Independência e da República, e de 1947, data do
8.º Centenário da Conquista aos Mouros.
Nos
anos 50, as marchas adquirem um enorme prestígio, tendo sido assistidas pelos
mais altos dirigentes do Estado e apadrinhadas por vedetas da rádio e do
teatro. Em 1952, a novidade é a deslocação do desfile para o percurso que
conhecemos hoje, do Marquês de Pombal aos Restauradores.
Depois
de mais um período instável, a partir de 1963, e até 1970, o desfile ocorreu
sem interrupções, sendo nesse ano que a televisão se torna um espectador
assíduo, primeiro a preto-e-branco e mais tarde, com cor, revelando toda a
essência e esplendor das Marchas.
Na
década de 60 começam as exibições em recinto fechado, no Pavilhão dos
Desportos, no Parque Eduardo VII. Nessa altura registou-se um dos percursos
mais longos – do Parque ao Terreiro do Paço, com passagem pelas Avenidas
Sidónio Pais e Fontes Pereira de Melo. Em 65, aparecem os carros alegóricos e,
em 69, as mascotes – crianças que acompanham a marcha vestidas a rigor. No
início dos anos 70, assiste-se ao progressivo declínio das Marchas que chegaram
mesmo a extinguir-se depois da Revolução de Abril, por estarem associadas ao
Estado Novo. Só em 1980 regressam à Avenida, mantendo um ritmo anual até hoje.
In
Câmara Municipal de Lisboa/EGEAC
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
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domingo, 20 de novembro de 2016
sábado, 19 de novembro de 2016
Lisboa DCI (Vila Martel)
A
Câmara Municipal de Lisboa (CML) está a apreciar um projeto imobiliário da
empresa turística Ekmar para a construção de um hotel e um parque de
estacionamento robotizado, que irá implicar a demolição quase total da
histórica Vila Martel, na costa da Glória. Ali viveram alguns dos grandes
nomes da pintura portuguesa dos séculos XIX e
XX, como Columbano, José Malhoa, Carlos Reis, Eduardo Viana, Jorge
Colaço, José Campas, entre outros.
O
local, segundo descreve o Público que avança com a notícia, "continua a
ser um deslumbramento, uma revelação, um segredo escondido na encosta da
Glória, com a Av. da Liberdade aos pés, a colina de Santana e o jardim do Torel
em frente". Para se lá chegar entra-se por um discreto portão de
ferro, a meio da Rua das Taipas".
Graças
à sua importância histórica e patrimonial, frisa o jornal, a Vila Martel
foi inscrita na Carta Municipal do Património e está classificada como Bem de
Valor Patrimonial Relevante no Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e
Zona Envolvente (PUALZE). As únicas intervenções aí permitidas são as
“obras de reabilitação e de ampliação, desde que aceites pela estrutura
consultiva” camarária criada por aquele regulamento.
Agora,
e desde novembro passado, a CML está a analisar um pedido de informação prévia
de cuja resposta, favorável ou desfavorável, depende a demolição de quase tudo
o que lá está, o desaterro da encosta e a construção, no local, de um edifício
de 14 pisos. Oito enterrados, abaixo da cota da Rua das Taipas, e seis que
subirão a cerca de 17 metros acima do solo.
O
Público indica que o edifício a construir no local terá 12 pisos para
estacionamento, com um total de 186 lugares. O 13.º e o 14.º pisos estão
destinados à ampliação, com mais 24 quartos, do hotel da cadeia Memmo, também
da Ekmar, que está em construção mais acima, a poucas dezenas de metros, no
interior do mesmo quintalão encravado que ocupa as traseiras dos prédios das
ruas limítrofes.
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