segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Automóvel DXXXVI


Feira Medieval Lisboa 2017 (CXXV)


Conimbriga XXXIV

Conímbriga
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Coordenadas: 40° 05' 58" N 8° 29' 36" O
Conímbriga
Conimbriga

Vista das ruínas da cidade de Conímbriga.
Localização atual



Conímbriga
Localização de Conímbriga no que é hoje Portugal
Coordenadas
40° 05' 58" N 8° 29' 36" O
País
 Portugal
Distrito de Coimbra
Concelho de Condeixa-a-Nova
Freguesia de Condeixa-a-Velha
Dados históricos
Lusitânia
Fundação
Idade do Cobre
Abandono
século IX
Império Romano
Idade do Cobre
Idade do Bronze
Idade do Ferro
Antiguidade Oriental
Antiguidade clássica 136 a.C.
Antiguidade tardia
Alta Idade Média
Notas
Estado de conservação
Bom
Estado Português
Acesso público

Conímbriga é uma povoação estabelecida desde a Idade do Cobre que foi um importante centro durante o Império Romano e que continuou habitada até pelo menos o século IX. É um dos maiores sítios arqueológicos dos que há vestígios em Portugal. Está classificada como Monumento Nacional, tendo sido palco de escavações desde o século XIX.
Localiza-se a dezassete quilómetros de Coimbra, na freguesia de Condeixa-a-Velha, a dois quilómetros de Condeixa-a-Nova. A estação inclui o Museu Monográfico de Conímbriga, onde estão expostos muitos dos artefactos encontrados nas escavações arqueológicas.

Etimologia
Não se sabe ao certo a origem do nome da povoação, alguns acreditam que estaria relacionado com os cónios, povo que vivia no actual Baixo Alentejo, segundo esta hipótese, com a adição de briga, nome céltico, Conímbriga significaria «O castro dos Cónios». Contudo, as regras linguísticas fariam que se tornasse Coniumbriga e não Conimbriga. Todas as inscrições fazem referência à última forma com a excepção duma em Numão que usa a primeira. Outros acham que a etimologia de Conimbriga traça as suas origens até ao antiquíssimo lexema pré-celta Kºn, que significa «elevado pedregoso», desta maneira este lexema unido a briga significaria «cidade localizada num elevado pedregoso».
Descoberta
Tem-se conhecimento da existência de Conímbriga já no século XVI, porém, nenhum trabalho seria feito até o século XIX quando começaram em 1898 as primeiras escavações, em 1899 as primeiras sondagens importantes e o estudo científico do achado.
História
Pré-história[editar
Traça-se a história desta povoação até à Idade do Cobre e à Idade do Bronze, porém, há a possibilidade que esta já existisse antes, na Idade da Pedra. Encontraram-se vestígios da Idade do Bronze, mais específicamente dos séculos IX e VIII a.C., entre os objetos achados podemos enumerar várias cerâmicas, uma fíbula e uma foice.
Antiguidade oriental
Neste último século, os fenícios, povo habitante do que actualmente é o Líbano, estabeleceram várias feitorias ao longo da costa mediterrânica da Península Ibérica. Depois de varar o Estreito de Gibraltar fizeram o mesmo na costa atlântica, uma delas, na zona do Baixo Mondego entre Montemor-o-Velho e Maiorca, o Castro de Santa Olaia, era quem comerciava com Conímbriga.Neste mercado vendiam-se marfins, pentes, louças e vidros, mais tarde, começaram a comercializar-se também vasos gregos.
Antiguidade clássica


Busto de César Augusto.
A primeira chegada dos Romanos da qual temos referência é de 138 a.C., quando as tropas de Décimo Júnio Bruto, na sua campanha para subjugar os galaicos, passaram pelas terras de Conímbriga.
Plínio, no seu recenseamento da tribos do occidente da Península, fala, abaixo do Vouga, já de oppida "cidades" e não de populi "tribos". Isto diz-nos que as populações abaixo do Vouga eram maiores e possuiam uma forma diferente de organização, não teriam tantos laços tribais mas linhagens, destas temos conhecimento de duas: a dos Dovilonici e a dos Pintones.


Mapa da província romana da Lusitânia, à qual Conímbriga pertencia.
Seria apenas na época de Augusto que Conímbriga seria reformada, o imperador romano enviou arquitectos para a remodelar e adaptá-la ao urbanismo romano. O forum foi o primeiro edifício a ser levantado pelos romanos. Logo em seguida, criaram-se as termas da cidade tomando água de Alcabideque. Dotou-se à povoação duma muralha artificial, complementando a natural posição defensiva do assentamento, de dous quilómetros, a linha da muralha dava mais vinte e três hectáreas para a expansão de Conímbriga. Casas que se encontram junto da muralha, com azulejos, são do século II e III.
Os romanos trouxeram com eles novos elementos da engenharia civil: o mármore, a coluna, o estuque, a argamassa de cal e a pedra esquadriada. Isto, aliado à vinda de novos conceitos e métodos acelerou o crescimento do assentamento e criou um sincretismo arquitectónico entre a antiga tradição local e a hodierna romana.
Conímbriga ia avolumando-se cada vez mais, no governo de Vespasiano tornou-se num município entre 70 e 80. Consequência desta expansão da cidade, entre 77 e 78 um cidadão de Conímbriga, M. Júnio Latrão, foi escolhido como sacerdote do culto imperial da Lusitânia, esse mester obrigar-lhe-ia a morar em Emerita Augusta, actual Mérida, a capital da província. Tem-se como provável que tal designação foi feita como preito ao assentamento.
Posteriormente, entre os séculos II e III a cidade entra num período obscuro do qual não nos chegou muito até os nossos dias. Na metade do século III o Império começou a ser invadido por tribos bárbaras, em 262 vararam os Pirinéus e arrasaram o Levante peninsular, não se tem constância de que chegassem até ao litoral atlântico occidental. Nesse clima de instabilidade as defesas de Conímbriga foram reforçadas e o sistema de águas, incluindo o aqueducto, também.
Idade Média

A Península Ibérica ente 409 e 429, depois das Invasões bárbaras. Conímbriga está na zona verde e rosa às riscas.
Embora o Império já estivesse a ser assaltado há muito as ameaças continuavam relativamente longe, quiçá devido à posição geográfica da região, porém, essa calma da qual desfrutara o assentamento acabar-se-ia cedo, em 409 os vândalos e o suevos atacaram a Península. Na região de Conímbriga, a Lusitânia, fixar-se-iam os alanos. Este foi um período muito instável, no qual os bárbaros faziam e desfaziam os acordos com o governo romano e verificava-se uma situação económica desfavorável, neste clima de desassossego, as famílias mais influentes das cidades tomavam o poder nestas e tornavam-se seus senhores, no caso de Conímbriga tudo parece indicar que foi entregue à família dos Cântabros.
O assentamento cai em 464 sob o jugo dos suevos, a mulher e a prole do cabeça de família dos Cântabros são raptados por estes. Os suevos voltariam quatro anos mais tarde, em 468, para arrasar a cidade e a região. A cidade entrará num período com pouca informação documental.
Sabe-se que a cidade não seria abandonada desta vez (embora já estivesse em decadência), dado que em 561 era capital dum bispado, o prelado da mesma, Lucêncio, tomou parte no Primeiro Concílio de Braga. Constata-se também que ainda continuava a ter a mesma posição, o mesmo prelado assinou, em 572, a súmula do Segundo Concílio de Braga.
Em 586, a região caiu definitivamente sob domínio visigótico, depois de muito tempo de lutas entre estes e os suevos. Além de assinalar a derrota definitiva do Reino Suevo e a unificação política peninsular baixo o poder visigótico, para Conímbriga foi o fim, o bispo e o grosso dos seus vizinhos deixaram-na e foram morar a Æminium (actual Coimbra), sendo esta derradeira localização muito mais fértil e com um melhor abastecimento de água, bem essencial que começava a escassear para essas alturas em Conímbriga.
Sabe-se, porém, que o assentamento continuaria a ser habitado, pelo menos por alguma família abastada, uma moeda acunhada no reinado de Rodrigo do ano de 711, exactamente o mesmo ano do começo da Invasão muçulmana da Hispânia. Ainda foram encontradas algumas moedas da época muçulmana o que nos sugere que ainda não tinha sido totalmente abandonada, contudo, antes de 1086, teria sido definitivamente desabitada.[ As poucas gentes que ainda moravam nela estabelecer-se-iam no vale vizinho e fundariam Vila Cova, posterior Vila Cova da Condessa Domna Onega, que se tornaria na actual Condeixa-a-Velha.

segunda-feira, 13 de agosto de 2018