A
Câmara Municipal de Lisboa (CML) está a apreciar um projeto imobiliário da
empresa turística Ekmar para a construção de um hotel e um parque de
estacionamento robotizado, que irá implicar a demolição quase total da
histórica Vila Martel, na costa da Glória. Ali viveram alguns dos grandes
nomes da pintura portuguesa dos séculos XIX e
XX, como Columbano, José Malhoa, Carlos Reis, Eduardo Viana, Jorge
Colaço, José Campas, entre outros.
O
local, segundo descreve o Público que avança com a notícia, "continua a
ser um deslumbramento, uma revelação, um segredo escondido na encosta da
Glória, com a Av. da Liberdade aos pés, a colina de Santana e o jardim do Torel
em frente". Para se lá chegar entra-se por um discreto portão de
ferro, a meio da Rua das Taipas".
Graças
à sua importância histórica e patrimonial, frisa o jornal, a Vila Martel
foi inscrita na Carta Municipal do Património e está classificada como Bem de
Valor Patrimonial Relevante no Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e
Zona Envolvente (PUALZE). As únicas intervenções aí permitidas são as
“obras de reabilitação e de ampliação, desde que aceites pela estrutura
consultiva” camarária criada por aquele regulamento.
Agora,
e desde novembro passado, a CML está a analisar um pedido de informação prévia
de cuja resposta, favorável ou desfavorável, depende a demolição de quase tudo
o que lá está, o desaterro da encosta e a construção, no local, de um edifício
de 14 pisos. Oito enterrados, abaixo da cota da Rua das Taipas, e seis que
subirão a cerca de 17 metros acima do solo.
O
Público indica que o edifício a construir no local terá 12 pisos para
estacionamento, com um total de 186 lugares. O 13.º e o 14.º pisos estão
destinados à ampliação, com mais 24 quartos, do hotel da cadeia Memmo, também
da Ekmar, que está em construção mais acima, a poucas dezenas de metros, no
interior do mesmo quintalão encravado que ocupa as traseiras dos prédios das
ruas limítrofes.
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