sábado, 19 de novembro de 2016

Lisboa DCI (Vila Martel)



A Câmara Municipal de Lisboa (CML) está a apreciar um projeto imobiliário da empresa turística Ekmar para a construção de um hotel e um parque de estacionamento robotizado, que irá implicar a demolição quase total da histórica Vila Martel, na costa da Glória. Ali viveram alguns dos grandes nomes da pintura portuguesa dos séculos XIX e XX, como Columbano, José Malhoa, Carlos Reis, Eduardo Viana, Jorge Colaço, José Campas, entre outros.
O local, segundo descreve o Público que avança com a notícia, "continua a ser um deslumbramento, uma revelação, um segredo escondido na encosta da Glória, com a Av. da Liberdade aos pés, a colina de Santana e o jardim do Torel em frente". Para se lá chegar entra-se por um discreto portão de ferro, a meio da Rua das Taipas". 
Graças à sua importância histórica e patrimonial, frisa o jornal, a Vila Martel foi inscrita na Carta Municipal do Património e está classificada como Bem de Valor Patrimonial Relevante no Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente (PUALZE). As únicas intervenções aí permitidas são as “obras de reabilitação e de ampliação, desde que aceites pela estrutura consultiva” camarária criada por aquele regulamento.
Agora, e desde novembro passado, a CML está a analisar um pedido de informação prévia de cuja resposta, favorável ou desfavorável, depende a demolição de quase tudo o que lá está, o desaterro da encosta e a construção, no local, de um edifício de 14 pisos. Oito enterrados, abaixo da cota da Rua das Taipas, e seis que subirão a cerca de 17 metros acima do solo.
O Público indica que o edifício a construir no local terá 12 pisos para estacionamento, com um total de 186 lugares. O 13.º e o 14.º pisos estão destinados à ampliação, com mais 24 quartos, do hotel da cadeia Memmo, também da Ekmar, que está em construção mais acima, a poucas dezenas de metros, no interior do mesmo quintalão encravado que ocupa as traseiras dos prédios das ruas limítrofes.

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