Na corrida
de touros à portuguesa os cavaleiros vestem-se com trajes do século XVIII e os
forcados vestem-se como os rapazes do fim do século XIX. Foi no tempo de Filipe III que
foram introduzidos na arena, pela primeira vez, os coches de gala.
Cortesias
As cortesias
marcam o início da corrida de touros à portuguesa. No início da corrida todos
os intervenientes (cavaleiros, forcados, bandarilheiros, novilheiros, campinos
e outros intervenientes) entram na arena e cumprimentam o público, a direcção
da corrida e figuras eminentes presentes na praça. Nas corridas de gala à
antiga portuguesa a indumentária é de rigor e na arena desfilam coches puxados
por cavalos luxuosamente aparelhados.
Lide a cavalo
Todo o
decorrer da corrida de touros à portuguesa consiste na
"lide" de seis touros, habitualmente. Cada um dos touros é lidado por
um cavaleiro tauromáquico, que tem um determinado tempo durante o qual poderá
cravar um número variável de farpas compridas (no início), curtas e de palmo
(ainda mais pequenas) no dorso do animal. A forma de abordar o touro e cravar o
ferro também pode variar, podendo ser, entre outros, "ao estribo",
"ao piton contrário" ou "em violino". A lide de touros a
cavalo exige uma grande preparação física e psicológica destes animais, que
começam a ser trabalhados logo com três anos de idade. Existe uma raça de
cavalos desenvolvida especialmente para as Corridas de Touros, o cavalo
"Puro Sangue Lusitano" (PSL), que se diferencia pela sua coragem e
altivez.
Pega
Após a lide
do touro pelo cavaleiro tauromáquico é comum entrar em cena o "Peão de
Brega" (figura subalterna do Cavaleiro, que tem como função posicionar o
toiro da melhor forma, seja para a lide a cavalo ou para a pega ) que efectua
algumas manobras com um capote posicionando o toiro, normalmente junto às
tábuas, de forma a que o Grupo tenha espaço para o pegar. De seguida entram em
cena os forcados. Os forcados são um grupo amador que enfrenta o touro
a pé com o objectivo de conseguir imobilizar o touro unicamente à força de
braços. Oito homens entram na arena, sendo o primeiro o forcado da cara,
seguindo-se os chamados ajudas, o primeiro e os segundo ajuda (os mais
determinantes), em quinto o rabejador (o chamado "leme" do Grupo, que
segura no rabo do toiro, procurando deter o avanço do animal e fixá-lo num
determinado local para que quando os forcados o largarem este não invista sobre
eles e normalmente, por espetáculo, costuma dar voltas com o animal) e
finalmente os terceiros ajudas que também ajudam na pega. A pega só está
consumada se o forcado da cara se mantiver seguro nos cornos do toiro e este
seja detido e imobilizado pelos seus companheiros. Nas touradas em que os
touros são lidados a pé não existe pega. Os Forcados nasceram por volta de 1836
quando a Rainha D. Maria II proibiu a morte dos toiros na arena, e havendo,
assim, necessidade de terminar a lide dos cavaleiros com um qualquer gesto de
domínio do homem sobre o animal. Antes de cumprirem essas funções os
"Moços de Forcado" era os guarda reais durante as corridas de toiros,
que impediam que o animal ou outras pessoa não autorizada subissem ao camarote
real.
Lide a pé (Corrida de toiros "à espanhola")
A lide
toiros a pé foi sempre muito associada a Espanha, sendo uma das imagens de
marca deste país, especialmente no sul (em zonas como a Andaluzia ou a
Extremadura), no entanto é praticada em todos os 8 países taurinos (França,
Espanha, Portugal, México, Perú, Venezuela, Equador e Colômbia). Não se tem a
certeza da origem do toureio "apeado", mas crê-se que nasceu por
volta de 1669, quando D. Filipe V de Espanha é coroado Rei. De sensibilidade
diferente de seu pai, logo mostra o seu desagrado perante as Corridas de
Touros. A fidalguia, com necessidade de agradar ao novo Rei, afasta-se das arenas,
mas o povo mantém a sua paixão e continua a lidar touros, porém, não tendo
dinheiro para sustentar cavalos, passam a toureá-los a pé. Hoje em dia a lide
do toiros é bastante diferente e bastante mais "evoluída". A lide de
touros a pé está dividida em três "Tercios": No primeiro, o
"Tercio de Varas", o toureiro utiliza uma capa larga e pesada,
geralmente cor-de-rosa e amarela, denominada "Capote". Com o Capote,
o toureiro pode avaliar a "bravura" do toiro com alguma segurança. De
seguida incentiva-se o toiro a investir contra o "Picador",
personagem montado em cima de um cavalo tapado por uma forte protecção, que
utiliza uma vara comprida ("puya" em espanhol), cravando-a no dorso
do animal. Com o picador, "corrige-se" a investida do toiro,
tira-se-lhe um pouco de força (por segurança) e o toureiro consegue avaliar
novamente a bravura do animal que tem pela frente. No segundo, o "Tercio
de Bandarilhas", um "Bandarilheiro" crava, a pé, dois ou três
pares de bandarilhas no dorso do toiro, com o objectivo de o
"acordar" (o toiro começa a cansar-se) para o vem de seguida. No
terceiro, o "Tercio de Muerte", é que se vê a conhecida arte de
tourear. Um toureiro, apenas munido de uma leve capa encarnada (a
"Muleta") e de um "estoque", toureia o enorme e perigoso
animal que tem pela frente, com o objectivo de criar uma lide bela e artística.
Quando o toiro estiver completamente dominado, sem qualquer resto de altivez,
então chega a altura de o matar. Este é, provavelmente, o momento em que se vê
claramente todo o objectivo e a razão de ser das Corridas de Toiros. Este é,
também, o momento mais perigoso de toda a lide pois o toureiro chega-se muito
próximo dos cornos do toiro e arrisca-se seriamente a levar uma cornada. Com o
"estoque" (uma espécie de espada encurvada), este crava-o no animal,
tentando acertar directamente no coração (quanto menos tempo o toiro estive a
sofrer com o "estoque" e mais rápido morrer, melhor é considerada a
"estocada"). Em Portugal, devido à proibição de matar os toiros
dentro da arena (com excepção do Conselho de Barrancos), crava-se uma última
bandarilha seguindo o mesmo gesto, sendo o animal morto mais tarde num
matadouro
Fonte: Wikipedia
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